capa do livro

Tempestade de estrogênio - 2 ed.

Histórias de Perimenopausa

Jerilynn C. Prior

Este livro é para a mulher perimenopáusica que não mais se reconhece. É para a mulher que acha que trabalho e lazer são perturbados pelas mudanças da perimenopausa. É para a mulher que não pode achar explicação clara e razoável para as mudanças que está experimentando. É para a mulher que foi a muitos médicos, encaminhada a especialistas e parece piorar em vez de melhorar. Se você é essa mulher, ou conhece alguém com esse perfil, este livro é para você. Eu acredito que você, também, pode sobreviver à temporada de tempestade de estrogênio - perimenopausa -, os anos de mudança antes, e até um ano depois, do último fluxo menstrual.

Gostaria de me apresentar. Sou professora de endocrinologia com especialidade em saúde hormonal feminina. Pessoalmente, tive uma perimenopausa difícil. A perimenopausa parece durar uma eternidade - de fato, a minha durou cerca de 10 anos. Meus seios doíam, e eu estava sempre com fome e irritada. Estava irritada porque, como médica, aprendera que mulheres de meia-idade sofrem queda nos níveis de estrogênio. Mas eu sentia meus níveis de estrogênio na estratosfera! Até sonhava que estava grávida!

Meu emprego acadêmico significa que tenho de estudar e ensinar. Então, por razões urgentes pessoais e acadêmicas, eu me empenhei em compreender como os hormônios realmente mudam na perimenopausa. Nesse processo, li e estudei artigos científicos e livros, novos e velhos, sobre perimenopausa. Encontrei e publiquei boas evidências científicas da existência de altos níveis de estrogênio na perimenopausa. E cheguei a especular de forma razoável sobre como os níveis de estrogênio chegaram a esse ponto. Também encontrei evidências de que o nível de progesterona, hormônio que é parceiro essencial do estrogênio, era claramente, e com frequência, bastante baixo.

Pensei que tudo poderia mudar tão logo entendesse os padrões inesperados dos níveis de estrogênio e de progesterona na perimenopausa. Pensei que seria suficiente escrever artigos científicos claros. Estudantes de medicina apreenderiam informação precisa. Médicos saberiam como explicar as mudanças da perimenopausa às mulheres que estivessem enfrentando tempos difíceis. Mulheres compreenderiam o que estavam experimentando, e se sentiriam menos fora de controle. Mulheres perimenopáusicas não mais fariam cirurgias sem antes experimentar outras opções médicas. Médicos parariam de receitar estrogênio para mulheres na perimenopausa.

Minha revisão bibliográfica de 32 páginas sobre perimenopausa foi publicada em 1998. Sete anos depois, os livros escritos para mulheres e médicos ainda descreviam queda ou baixos níveis de estrogênio na perimenopausa. E jovens mulheres e homens, estudantes de medicina, mesmo na Universidade da Colúmbia Britânica, minha própria universidade, ainda não estão aprendendo sobre as dramáticas diferenças entre menopausa e perimenopausa. Médicos continuam-quase automaticamente-a prescrever estrogênio para mulheres perimenopáusicas. Mulheres perimenopáusicas com fluxos intensos ainda são tratadas com a pílula. Elas continuam sendo avisadas de que precisam de ablação endométrica ou de uma histerectomia, quando a terapia com doses excessivas de estrogênio não melhora suas hemorragias menstruais. E tudo isso ocorre antes mesmo que elas saibam que estão na perimenopausa!

Como tem sido por séculos, a medicina continua a mudar devagar. Mas eu sinto que informação nova é urgentemente necessária para ajudar milhões de mulheres da geração "baby-boom", agora sofrendo sem necessidade por causa da fase difícil da perimenopausa.

Este livro representa minha decisão de transmitir nova informação sobre perimenopausa para um número maior de mulheres do que eu jamais poderia atender como médica. O que aprendi durante minha própria perimenopausa foi valioso. Eu sei que ajudará outras mulheres. Aprendi sobre tratamentos que foram intensa e cientificamente testados e aqueles que não o foram. Escutei e aprendi de centenas de mulheres perimenopáusicas que tratei. Aprendi quão variável é a perimenopausa-duas mulheres não a experimentam da mesma maneira. Examinei registros sem fim de Diários de Perimenopausa escritos por inúmeras mulheres durante muitos anos. Posso sentir o crescimento da excitação e da confiança à medida que uma mulher identifica padrões e compreende o que se passa com sua própria saúde.

Decidi escrever este livro como uma série de oito histórias conectadas de mulheres que se consultam com a dra. Kailey Madrona, uma médica especializada em endocrinologia. Por que histórias? Porque eu as amo. Quando nasci, a mãe de minha mãe, Celia Ashmun Benthin, me deu um grande livro de histórias. Minha mãe, Joyce Elliot Smith, leu e contou histórias para mim, começando antes da minha primeira lembrança. Escrevi este livro como histórias de mulheres porque todas as mulheres de meia-idade que conheço estão ansiosas para escutar a experiência de outras mulheres na perimenopausa.

Todas as histórias neste livro são talhadas para mostrar a variedade de dificuldades e problemas da perimenopausa e para dar pistas de como nossas vidas interagem com nossos sintomas. Você pode encontrar semelhança com você mesma ou com alguém que você conhece. E você pode pensar que a dra. Kailey Madrona se parece comigo. Ela certamente sabe o que eu sei, pois nesse terreno fictício ela trabalha comigo no Centre for Menstrual Cycle and Ovulation Research (Centro de Pesquisa do Ciclo Menstrual e Ovulação), ou CeMCOR, em Vancouver, Colúmbia Britânica. Contudo, a dra. Madrona é fictícia, e cada paciente que ela atende ou trata não representa nenhuma mulher que eu jamais tenha visto ou tratado.

Não cometa o engano de pensar que este livro é sobre as experiências da maior parte ou mesmo de todas as mulheres perimenopáusicas. De fato, estas histórias descrevem apenas 10% a 20% das mulheres perimenopáusicas - aquelas que, como eu, têm uma transição difícil para a perimenopausa. Há muitas mulheres ausentes nestas páginas. São as mais comuns - aquelas que percebem as mudanças, mas não são incomodadas por elas.

Embora este livro seja sobre pessoas fictícias vivendo lado a lado com desafios hormonais e situacionais, ele é baseado na ciência. Por conseguinte, contém novas palavras e ideias que você pode achar desafiadoras. Cada vez que uso uma palavra que minhas pacientes chamam de "palavra de médico", eu explico seu significado. Você notará que uma nova palavra é sombreada a primeira vez que a menciono. Você poderá encontrar todas essas palavras sombreadas, em ordem alfabética, no glossário ao final do livro.

Por causa do meu trabalho de ler e escrever artigos científicos, preciso focar na ciência, quase sempre sem graça. Você não tem de fazer isso. Contudo, presumo que você seja curiosa e inteligente. Parto desse pressuposto também quando escrevo para o site do CeMCOR (www.cemcor.ubc.ca) e em tudo que apresento para mulheres. Também sei que muitas de vocês não se importam muito com os motivos e razões. Então, você tem escolha. Se quiser ler a informação original ou pelo menos saber onde ela foi publicada, há um número de referência como este (1) no local onde a referência se encaixa na história. Você encontrará a referência associada a esse número nas referências bibliográficas ao final do livro.

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